sábado, 26 de novembro de 2016

A Hora do Lobisomem - Stephen King

King sempre está presente! 

Escrito no ano de 1983, este pequeno livro foi desenvolvido por um desafio feito ao autor em 1979, durante o World Fantasy Award.

A ideia era criar uma história-calendário, com eventos ocorrendo mês a mês e deu a oportunidade para que King criasse sua história de lobisomem.

O livro é curto (na versão digital são 56 páginas), e mostra a pacata cidade de Tarker's Mills, ao norte do Maine, onde, repentinamente, começam a ocorrer incidentes bizarros, atribuídos a algum psicopata pelo população local.

Entretanto, é bem diferente disso. 

E, mesmo em poucas páginas, é uma história bastante agradável e que prende o leitor ao longo dos parágrafos e provoca, até mesmo, aquela pequena falta de ar em determinados momentos.

A narrativa mostra situações do dia a dia, convertidas em momentos de terror para alguns dos personagens e deixa o leitor bastante curioso, apesar da deixa que facilita bastante descobrir o responsável por todos os ataques.

É um livro para ler rápido e chegar ao final levemente ofegante. 

Uma boa leitura.

Nota 8,5!

A Tirania das Dietas - Louise Foxcroft

Essa semana tive o prazer de ler essa contextualização incrível da história das dietas. Já há algum tempo esse livro aguardava sua vez na fila.

Com base em alguns textos que li, esperava uma crítica mais ferrenha, e recebi algo muito melhor!

Louise Foxcroft, doutora em História da Medicina, aborda de uma maneira bastante sutil e imparcial todo o contexto que nos leva a buscar mudanças corporais, tantas vezes desnecessárias.

Em A Tirania das Dietas, Foxcroft nos contextualiza alguns dos momentos e motivos da necessidade de 'perder peso' e modelar o corpo. 

Ao mesmo tempo, mostra o quanto a mulher é responsabilizada pela própria "desgraça" e, consequentemente, da "desgraça" de sua família, mais especificamente, de seu marido, já que elas os "superalimentavam com a finalidade de torná-los mais dóceis, cordatos, acríticos e burros" (grifo meu).

E quando se avalia a história das dietas é impossível não citar todos os que encheram os bolsos e as contas bancárias com a infelicidade alheia, contudo, ao mesmo tempo, nunca estavam satisfeitos e as críticas se perpetuam e se repetem infinitamente - deste modo, a indústria das dietas nunca perde.

É interessante perceber o quanto as cobranças de hoje são tão similares às cobranças no século XVI e XVIII para que a mulher seja linda, bela, perfeita e seja a responsável por tudo isso por si mesma. E o quanto o comer deveria ser cuidado, avaliado, mensurado antes de ser efetivado. E, comer por prazer, jamais!

Apesar das cobranças serem, principalmente, em relação à mulher, é importante essa contextualização para entendermos que tudo o que temos hoje em termos de dietas - dos gurus aos médicos que fazem milagres e dietas com grandes limitações em grupos alimentares - se repete desde os tempos antigos, recebendo nomes diferentes, e vindas de outras pessoas, é claro.

Ao final, Foxcroft faz um balanço geral, concluindo com o que parece ser muito claro e óbvio, mas que traz resultados a longo prazo e deveriam ser mudanças em um contexto de vida, não de um momento da vida:

"[...] É um processo lento, dificultado pelo nosso hábito de recompensas instantâneas e uma luxuriante variedade de alimentos. Os psicólogos dizem que você precisa usar o 'pensamento duplo' - ser otimista quanto à conquista da meta, mas também realista quanto a alguns dos obstáculos no caminho. O que precisamos é de uma ênfase diferente, que se afaste resolutamente das noções entranhadas de fracasso e fraqueza. Não podemos e não devemos separar a história das dietas da história da saúde, mas podemos fazer algo a respeito do peso do julgamento e do estigma do pecado e da tentação. Precisamos repensar, e radicalmente, a satisfação. O que precisamos é retornar à antiga filosofia grega [...]: devemos retomar o controle e deixar de ser escravos de paixões que se revelam não mais que engodos."

Para aqueles que estudam a respeito da alimentação e, também, para os que buscam um motivo para as mudanças, esse livro é muito bom. 

Penso que todo mundo deveria ter contato com essa obra, pois assim, quem sabe, entenderemos que não é um alimento que engorda, mas o que e como ele faz por nós, indivíduos que o comemos.

Nota 9,5!

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Precisamos falar sobre o Kevin - Lionel Shriver

Esta última leitura foi um grande desafio autoimposto. Principalmente por algumas questões pessoais de crenças e condutas, como pessoa e como mãe. Como reagimos e nos comportamos em diversas situações da vida, do cotidiano e diante de adversidades.

Precisamos Falar Sobre o Kevin é um livro que fala sobre maternidade, seus louros e suas dificuldades, tanto quanto fala sobre psico ou sociopatia (eu nunca consegui entender, claramente, a diferença entre os dois, já que um, para mim, sempre leva ao outro).

Shriver nos introduz à história mostrando o cotidiano de um casal, com todos os requisitos básicos de um casal comum e nos leva aos caminhos obscuros da mente de uma mulher que está feliz, mas que sente que 'ainda falta alguma coisa'. 

E essa coisa surge: seu filho - Kevin. Com o nascimento de Kevin começam as diversas situações que são belamente descritas em cada uma das cartas de Eva - até à última delas. Deixando o leitor desolado, com um final dramático e triste, de uma relação, porém, ao mesmo tempo com o início de outra.

A percepção da ausência de sentimentos pelo filho ou a percepção da distorção destes sentimentos é algo bastante discutido durante as muitas cartas que Eva escreve para Franklin, seu marido. Ao mesmo tempo, perceber-se no filho pequeno e aceitar as muitas mudanças que a maternidade trouxe  à sua vida são grandes desafios.

A autora aborda um tema delicado de ser trabalhado, mas o mescla com um tema super comum que é a maternidade. Entretanto, o jogo da história mostra que nem só de flores são feitas as mães e o fato de haver, ou não, um determinado sentimento não define a relação de uma mãe e seu filho. Do mesmo modo, a relação entre esses dois indivíduos é permeada de desejos, sentimentos, vontades, repulsas, medos... E, feliz ou infelizmente, a sociedade mostra-se sempre pronta à julgamentos, nem sempre plausíveis ou necessários.

De modo geral, apesar dos diversos momentos de tensão, de medo e de raiva ao longo das quase 500 páginas desse livro, as emoções, dispostas de modo tão visceral em alguns momentos, conduzem muito bem o leitor, fazendo-o sentir e pensar junto com Eva a relação com o filho problemático.

É uma leitura densa, carregada de emoções das mais diversas, que provoca e nos leva a pensar na nossa conduta individual diante das diversas situações da vida, do dia a dia, como pessoa, como pai e mãe, como filhos. 

E, ainda que em alguns momentos a vontade de largar de lado a leitura se sobressaia, vale a pena insistir. A carta seguinte sempre apresenta uma novidade.

Vale cada página!

Nota 9!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Alucinadamente Feliz - Jenny Lawson

Esse livro chegou até mim de um modo interessante.

Sou nutricionista e atuo com comportamento alimentar e com idosos. Em um grupo maravilhoso que me proporcionou muito conhecimento e autoconhecimento, alguém indicou alguns livros, que poderiam ajudar nessa questão da autopercepção, de si e dos próprios sentimentos, assim como na relação com a comida [que muitos de nós temos sérios problemas em perceber e resolver].

E aí surgiu a indicação DESTE livro: Alucinadamente Feliz - Um livro engraçado sobre coisas horríveis, da linda Jenny Lawson!

Gente!
Que livro é esse?
E a relação da autora com seus transtornos mentais e sua dificuldade nas relações e no viver cada dia como uma vitória?

Eu nunca pensei em olhar sob a perspectiva que ela coloca os medos, a síndrome do pânico, o transtorno de ansiedade... E o enfrentamento, que na maioria das vezes é tão complicado.
Resumindo: me identifiquei com ela.

#ILoveJenny #FuriouslyHappy

Bom, vamos ao livro de fato.
É um livro sobre fatos, vividos pela autora, no dia a dia, sozinha ou acompanhada da filha, do marido, das amigas, dos gatos...

Em cada um dos capítulos há momentos de tensão e de muita graça, que faz o leitor rir - e rir MUITO. Diversas vezes, no trem ou no metrô me segurei para não dar gargalhadas enquanto lia.

Da metade para a frente, o livro começa a ficar um pouco mais tenso, com histórias um pouco mais pesadas de enfrentamento, mas que sempre tinham suas pitadas de humor.

O final, encerrado de forma majestosa, mostra que é possível enfrentar a vida, as dores, os medos, os sentimentos, ser verdadeiros consigo e com os outros, encarar a verdade como a única coisa que realmente vale, justamente porque não há como mudar.

Recomendo.

Principalmente se você se trabalha e faz tratamento psicoterápico ou medicamentoso para depressão, síndrome do pânico e tantos outros transtornos mentais... Sem preconceitos.
Eu cuido do meu a cada dia. Um dia de cada vez, devagar e sempre. :)

Nota 9.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Hemlock Grove - Série Original Netflix

Finalmente terminei de assistir a série original Netflix Hemlock Grove.

A série foi desenvolvida com base no livro homônimo de Brian McGreevy, um dos desenvolvedores.

Com produção da Netflix, pelas mãos de Eli Roth, a série foi encerrada na terceira temporada, com um fechamento,  para mim, bastante ameno. Principalmente por se tratar de uma série pode estão envolvidos lobos/lobisomens,  vampiros e experiências genéticas bizarras.

No começo, a série parece promissora,  abordando conceitos antigos e lhes dando uma nova roupagem, mas no decorrer dos capítulos,  ainda na primeira temporada, parecem perder um pouco a mão, deixando o espectador,  levemente,  frustrado.

A segunda temporada,  ainda no gancho da primeira,  começa bem, mas do meio para a frente se perde, e perde também aquele que vinha gostando de assistir uma história, até então,  legalzinha. Apesar de começar bem, no final, termina cheia de falhas de roteiro e buracos estranhos na história. Talvez na tentativa de melhorar e enriquecer com ainda mais detalhes,  incluindo novos personagens, estragaram o que tinha de bom.

A terceira, e última temporada,  lançada ano passado, tinha tudo para dar um fechamento classudo e digno para a série,  o que, infelizmente, não ocorreu, caindo no mais do mesmo das vinganças e nas bases retóricas de inimizades entre lobos e vampiros.

Sobre as experiências genéticas, que poderiam ser uma boa ideia para encerrar a série,  os produtores, simplesmente, as deixaram de lado, dando ênfase apenas ao mais do mesmo. Mais uma vez.

Resumindo : se já começou a assistir,  termine. Garante alguns bons momentos.  Se não começou ainda,  e gosta de ficção científica,  aproveite e assista. Há algumas boas situações e momentos, mas se não gosta, deixe para assistir quando tiver tempo. O terror não é assim tão intenso, e as mortes e tramas que tinham tudo para serem incríveis,  são fracas e, algumas vezes, até desnecessárias.

Nota 8.

domingo, 4 de setembro de 2016

Mulheres, Comida e Deus - Geneen Roth

Trinta e dois dias. 32!
Foi o tempo que levei com este livro, tamanha sua intensidade. 
Indicação da terapeuta nutricional e Coach Lydiane Bragunci, mexeu demais com tudo o que eu imaginava que estava trabalhando para mudar e melhorar. E muito ajudou neste processo.

Em poucas páginas - 143, exatamente -, Geneen Roth me transportou à minha infância, à minha adolescência, aos sentimentos revoltosos relacionados com as pessoas e com a comida - e com o que foi feito disso.

E não aconteceu diferente com outras pessoas. O modo e a abordagem de Geneen realmente mexe com a gente. Provavelmente até com uma pessoa muito bem resolvida consigo,  mas que tenha uma relação complicada com a comida - sejam elas quais forem.

Neste livro ela mostra a importância da nossa relação com a comida, com Deus, com nossas emoções, e o que fazemos de tudo isso, desmistificando crenças e mostrando caminhos que não são tão facilmente percebidos - muitas vezes por medo, por insegurança, por não querer enfrentar o que temos sentido, ou as pessoas que estão ao nosso redor e que nos são queridas, mas que nos ferem com palavras ou com atitudes - ou os dois. 

No decorrer das páginas é possível perceber o quanto nos anulamos, nos ajustamos e nos deixamos levar por tudo e tantos e, aos poucos, ajustar essas situações e, consequentemente, nossa relação com a comida. 

Comer faz parte da vida. Precisamos comer para viver, a grande questão é como fazemos isso e o quanto valorizamos positiva ou negativamente esta situação. E, principalmente, as mulheres, são cobradas desde sempre e, desse modo, sempre controladas e impedidas de fazerem o que querem, de serem como querem, por conta de uma sociedade impositiva e, para mim, doente. E relacionar emoções, sensações, dores, amores, na comida faz parte da vida, do comportamento humano, porque nos proporciona prazer - seja ao consumir um alimento que adoramos, seja ao ter a mesa cheia em uma reunião familiar.

Ler este livro foi libertador, apesar de complicado por me obrigar a olhar para dentro de mim e perceber que muito do que vivi lá atrás ainda está presente e ainda me fere e me faz sentir raiva e tristeza.

Mais do que isso, ler este livro me mostrou como é possível viver tanto e intensamente sem precisar ter a comida o tempo todo presente.

E que isso tudo é possível para qualquer pessoa que esteja disposta a olhar para dentro de si e ver e querer mudar e melhorar.

Nota 10!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

A Artista de Xangai - Jennifer Cody Epstein

Finalmente, termino esta leitura incrível.

História muito bacana, A Artista de Xangai, de Jennifer Cody Epstein, associa a biografia de Pan Yuliang e sua difícil luta por reconhecimento a um romance incrível, cheio de referências artísticas, sentimentos, força e coragem.

Nascida em 1899, em uma província chinesa, Chen Xiuqing, passou por situações onde teve sua dignidade roubada e sua vida destruída. Ao ser vendida para um bordel, renasce como Zhang Yuliang e, pouco depois de completar 14 anos, passa a viver um inferno durante cada um dos dias de sua vida, até ser resgatada e receber um pouco de respeito.

A partir daqui, e aos poucos, tendo sido resgatada por um homem culto e que valoriza o conhecimento, Yuliang vai se descobrindo como pessoa. Aprende a ler, a pintar e a enfrentar as situações agradáveis ou desagradáveis da maneira mais digna possível.

Por volta do final dos anos 20 alcança o reconhecimento como artista e inicia-se então uma escalada rumo ao sucesso, que, infelizmente, termina da mesma forma que para outros artistas: na pobreza, sozinha e abandonada pela vida.

Por ser uma biografia romanceada, a história ganha pontos fictícios, mas bastante convincentes de realidade, que criam uma trama agradável de ler e acompanhar, e, além disso, um quê de curiosidade pelos caminhos tortuosos e bastante difíceis de trilhar, principalmente em um país onde a mulher tem pouca valorização social e em estado de guerra iminente.

O texto é bem escrito, e a narrativa é contagiante, carregada de detalhes sobre os costumes da época, sobre o modo como as mulheres eram tratadas e o pouco valor social que tinham no país. A autora carrega o leitor por cada parágrafo, levando-o, muitas vezes, a sentir as emoções da artista, a vivenciar determinadas situações e dramas que ocorreram e, mais ainda, a compreender as razões pelas quais diversas atitudes foram tomadas.

É uma leitura cativante. Estimulante.

E, mesmo que em algumas poucas situações ocorram quedas no nível da história, ainda assim vale muito a pena conhecer estas páginas.

Nota 9.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Dom Quixote de La Mancha - Miguel de Cervantes

Um dos livros mais lidos e considerado um dos melhores pela grande maioria daqueles que o leram.


Cervantes nos apresenta Dom Quixote de La Mancha, um senhor que gosta da leitura de histórias de cavalaria, mas que em determinado momento deixa-se enfeitiçar por elas, largando a vida pacata pelas aventuras de Cavaleiro Andante. Carrega Sancho Pança a tiracolo, como seu fiel escudeiro, pois todos os cavaleiros tem um. E respeita, acima de tudo,  as regras da cavalaria - ainda que não o seja de fato. 

Muitas aventuras e desventuras passam estes dois, que no final, voltam ao seu local de origem e tanto, ou mais, louco fica o fazendeiro.


A obra que li foi uma tradução e adaptação do poeta brasileiro Ferreira Gullar, que, ainda que em linguagem bem mais simples, parece ter garantido a ideia central da obra e respeitado as personagens como foram criadas.

Ainda não li a obra original, mas pelo pouco que as comparei, entre um e outro capítulos, muito da graça se perdeu nesta nova tradução. Apesar de haver ótimos momentos,  de apreensão,  graça,  enaltecimento às relações afetivas entre amigos e família, o respeito e a coragem.

Como leitora, não sou muito fã de histórias cheias de redundâncias e idas e vindas repetitivas que levam a lugar nenhum [tal qual minha paixão e tristeza por Game of Thrones], apesar de a história sempre me prender e cativar em muitos momentos.

Esta edição é realmente bem voltada para o público mais juvenil,  que teria, hoje, bastante dificuldade de compreender e fixar a leitura de uma obra bastante extensa e cheia de caminhos como a original.

Ainda assim,  vale a leitura,  a aprendizagem que o nobre Dom Quixote nos deixa, a simplicidade de Sancho Pança, a determinação do bacharel Carrasco e o carinho de Teresa pelos filhos.

Se não vivemos momentos de loucuras, ainda que mínimos e espaçados,  nas obras que lemos e assistimos,  nunca o faremos, pois temos medo e reservas dos julgamentos alheios.

Nota 8,75.

E sempre valerá a leitura.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

O Estranho caso do Cachorro Morto - Mark Haddon

Apesar da correria e das muitas leituras técnicas,  arrumei um tempo para um livro, indicado por uma amiga psicóloga.


O Estranho Caso do Cachorro Morto,  de Mark Haddon,  nos apresenta Christopher, um garoto autista, que convive com o pai e que resolve, apesar de lhe pedirem que não,  investigar e descobrir quem é o assassino de Wellington, o cachorro da vizinha, que amanhece morto de repente.

Apesar de eu pouco saber sobre as características do espectro autista,  é incrível o modo como o autor escreve a história e descreve as situações,  aparentemente simples, do dia a dia do menino, para o qual é, muitas vezes, algo super complexo.

Do ponto de vista do próprio Christopher,  sabemos como ele pensa, age e programa as coisas do dia, dos próximos dias, seus medos, como enfrenta as mudanças e as adversidades de cada dia, das relações com os outros e tudo o mais.

Justamente por ser escrito em primeira pessoa é que o autor envolve o leitor, e o carrega pelas páginas com uma história agradável,  cheia de significado, emoção e esperança.

E o final, lindo, mostra como as coisas são possíveis,  como nossas expectativas muitas vezes são incorretas ou, mesmo, indevidas, e que tudo,  independentemente do que dizem, é permitido e perfeitamente possível.

Nota 9.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

O Peso das Dietas - Sophie Deram


Sophie Deram é uma nutricionista francesa, naturalizada brasileira que levanta uma bandeira bastante diferente do que tanto é pregado por nutricionistas ao redor do mundo: nada de dietas.


Em O Peso das Dietas, Sophie nos mostra como é possível reeducar hábitos, melhorar o estilo de vida e, com isso, ter uma redução saudável de peso, se aceitar, comer melhor e modificar positivaente seu estilo de vida.

No afã de entender sua proposta, de uma alimentação liberta, livre de paradigmas e restrições e, além disso, buscando uma proposta de trabalho que fosse ao encontro das minhas ideias, foi que li este livro.

Podemos chamar de livro paradidático, mas ele é útil para todas as pessoas, pois ela dá dicas incríveis, e muitas informações preciosíssimas sobre a importância dos alimentos no nosso dia, a importância da variedade e do consumo, dos horários regulares para se alimentar, do quanto é importante não se restringir e "estar de dieta", pois quanto maior a restrição, maior o desejo de comer um alimento "proibido" e, posteriormente, maior a culpa por tê-lo comido e assim o círculo vicioso começa e nunca tem fim, com o corpo acumulando cada vez mais aquilo que não se deseja - os excessos.

O Peso das Dietas é um livro gostoso de ler, com receitinhas super práticas e gostosas no final, que Sophie nos deixa de presente.

E ele me levou exatamente para onde eu desejava ir. Norteou meu trabalho e me mostrou que não estou tão errada no que penso sobre alimentação, cuidados alimentares e "excesso de peso".

Nota 9,5.

quinta-feira, 31 de março de 2016

O Mundo Explicado por T. S. Spivet

Um exemplar que estava com o valor bem baixo na bienal do ano passado.


Eu não conhecia a história.  Muito menos que havia um filme baseado neste livro - oh, novidade... Ainda não vi o filme,  mas esta foi a leitura desta última quinzena.

E, agora, me pergunto: como resenhar a história deste garotinho? 


Será que devo pensar em como avaliar seu comportamento no decorrer das 376 páginas, ou apenas falar da história,  do livro per se?

É um tanto complexo, do começo ao fim.


Delicado, desafiador, instigante, cansativo, provocante, delicioso.

Há momentos de alegria e prazer nesta leitura,  entendendo a situação,  o modo como o menino encara seus dias e as mudanças. Há  momentos de tensão, bem colocados pelo autor e tradutor, que prendem e provocam o leitor a ir além. Há  momentos de medo e desespero por pensar que as coisas, não necessariamente,  sairão como pensamos.

E um final bastante bonito e simples,  que fecha com louvor a leitura, apesar de não ser, exatamente,  surpreendente.

Larsen conseguiu unir paixão, medo e aventura na mesma história,  uma boa história,  cheia de referências e informações históricas, incluindo a possibilidade de uma análise comportamental dos personagens e, quem sabe, do próprio leitor por si mesmo.

Uma obra gostosa de ler. Para realmente relaxar e distrair. 


Só penso que seria mais tranquilo se a diagramação fosse em fontes um pouco maiores.  Facilitaria bastante a leitura.

As notas e informações nas laterais das páginas tornam esta uma leitura bastante interessante. Principalmente para aqueles que tem contato e trabalham com crianças e adolescentes.

Vale a leitura!

Nota 8!

terça-feira, 15 de março de 2016

O Pianista - Wladislaw Szpilman

O livro desta semana foi O Pianista, de Wladislaw Szpilman. Um relato verídico das muitas atrocidades ocorridas durante o período de controle alemão sobre Varsóvia,  na Polônia.


Em uma linguagem simples e de muito fácil compreensão,  Szpilman apresenta sua vida, sua carreira, sua família e as muitas dificuldades que viveram e que, depois,  sozinho, foi obrigado a enfrentar tantas outras, passando, fome e frio e com o pavor de morrer a cada dia.

O relato deu origem ao filme homônimo,  dirigido por Roman Polanski, muito premiado.

Apesar de muito simplista, e bastante direto, o autor aprofunda a visão superficial que tantos têm do período de ocupação alemão e o jugo imposto por Hitler e os soldados de cada um dos exércitos.

A crueldade,  as tantas e tantas formas utilizadas para tortura e para atormentar cada indivíduo... 

Tudo isso relatado de maneira visceral, clara, no intuito realmente de mostrar o que ocorria neste tão nefasto período.

A história da sobrevivência deste homem é, de fato, fantástica e muito surpreendente. E, apesar de toda a minha dificuldade em lidar com o tema nazismo, o que me fez demorar mais que o previsto neste livro, achei linda e comovente a história de Wladislaw.

Vale a leitura, com toda a certeza! 

Nota 9!

sábado, 5 de março de 2016

Ao meu ídolo, com amor - Mariana Pereira

Este me foi indicado pelo rapaz que trabalha na livraria, há um ano.  


Ele disse que era um bom livro, com uma boa trama e melhor ainda por ser nacional. Na minha opinião romances policiais brasileiros não são assim tão bons,  mas há aqueles que se superam, então investi.

A trama construída por Mariana Pereira nos apresenta Bernardo Monteiro, um ator super famoso, cobiçado e adorado pelas fãs, perde suas namoradas, brutalmente assassinadas.

Sendo assim, conhecemos Ana Maria, investigadora chefe da polícia, novinha, carregada de clichés em sua própria vida - clichés estes que se arrastam ao longo da trama e, junto com ela o restante do corpo policial da trama. Com direito a participação do exército brasileiro, inclusive.

O texto é,  relativamente, fraco e os personagens e diálogos são apoiados em tantos clichés (de novo) que assustam e cansam o leitor.

Há bons momentos, sim, e descobrir o assassino fica, de fato, para o clímax,  apesar de haver algumas indicações no decorrer da história de quem seria o autor dos crimes, sem, entretanto, revelar diretamente sua identidade ao leitor [como acontece em algumas histórias]. As páginas correm rapidamente, pois o texto de Mariana é bastante simples e recheados de diálogos. 

Alguns bastante engraçados, inclusive.

É um livro para passar o tempo e curtir uma história mais popular e conhecida.

E, além disso,  para aprender como construir uma história e não utilizar clichés entre e com os personagens.

Nota 6,5!

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O Clã dos Dragões - Ilkka Auer

Primeiro livro da série das Terras de Gelo e Neve, O Clã dos Dragões de Ilkka Auer, apresenta a história de Nonna, uma menina de 12 anos que descobre muito sobre si e sobre sua ascendência depois de uma batalha no vilarejo onde vive com o pai e a mãe.

Protegida por um urso polar, Fenris, também seu animal de estimação, a menina passa por lugares desconhecidos, conhece pessoas amigas, trava batalhas e descobre muito sobre si e sobre sua família - o que determina inclusive os poderes que conhecerá e aprenderá a manejar.

Com esta obra, Auer foi premiado pela Tolkien Society da Finlândia com a melhor obra de fantasia. 

Apesar de remeter à literatura juvenil, a história construída pelo autor é bastante concisa, com personagens mitológicos como bruxas, gnomos, fadas e trolls, mas desta vez reconstruídos, fugindo um pouco da imagem que temos destes personagens descritos por Tolkien e outros autores e tão bem reproduzidos nos filmes ao longo dos anos.

A mitologia nórdica tem muitos deuses, muitos destes explorados na história, onde vemos bruxas, dragões, monstros criados por gnomos, fadas, animais protetores como o urso Fenris, wyrms, trolls e tantos outros, além de muita magia, pergaminhos, runas e feitiços.

Este é o primeiro livro de uma quadrilogia e é realmente bastante introdutório e de apresentação, com algumas situações provocativas que prendem a atenção do leitor ao longo das 315 páginas e o provoca a querer ler o próximo volume.

O segundo livro, já lançado no Brasil em junho de 2015, pela editora Gutenberg, não teve divulgação e, até hoje, não sabia que ele já estava à venda em alguns sites. Nas livrarias por onde andei nos últimos meses não o vi nas prateleiras.

Agora é esperar para ver como Nonna se sai nos aprendizados e desafios de sua nova vida no forte para onde se mudou com a mãe. 

Nota 8.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Star Wars: Estrelas Perdidas - Claudia Gray

Um dos livros para a jornada de Star Wars - O Despertar da Força, Estrelas Perdidas de Claudia Gray oferece um belo espetáculo ao leitor. 

Principalmente aos fãs da sagas.

O texto simples e direto, apresenta algumas das mais famosas batalhas dos filmes, mas pelo ponto de vista de dois personagens criados para a trama: Ciena Ree e Thane Kyrell.

Ciena e Thane se conhecem ainda crianças em dos planetas da Orla exterior, de pouquíssimo interesse para o Império que se forma, mas seu maior sonho é voar nos caças imperiais.

Aos poucos,  crescendo e aprendendo juntos, ambos se tornam oficiais imperiais, mas, como nem tudo são rosas, um deles resolve viver sua vidade outro modo, abrindo mão de seu juramento e trazendo,  desta forma, ao leitor, uma ótima forma de conhecer as naves, as estratégias e a podridão que existe nos seres detentores de poder, aqui grandemente representado por Palpatine, Darth Vader e todos os Grãos-Moff que participam deste trecho da história. 

Ainda que bem permeado numa história que todos conhecemos bem de outros tempos, e usando o artifício do romance que'nunca dá certo', este livro é empolgante e remete ao leitor situações de batalhas muito bem descritas e prazerosas em serem lidas, provocando a vontade de rever os filmes, discuti-los, falar sobre eles e, mais ainda,  de ler os outros livros que compõem a nova fase de Star Wars,  agora nas mãos da Disney.

Os personagens,  ainda que em grande quantidade,  têm sua história e características valorizadas, assim como as relações entre eles. As descrições das obrigações,  da exigência de força,  respeito, honra, lealdade e a importância de valorizar aquilo que realmente acredita em sua vida, sua formação cultural de fato, são bastante plausíveis e factíveis, carregando o leitor para situações bastante  conflitantes.

A diversão e o entretenimento são garantidos. E a leitura,  como sempre, prazerosa, com um clímax incrível! 

Nota 8,5!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Moby Dick- Herman Melville


Primeiro livro de 2016.

Trabalhos iniciados com um clássico da literatura: Moby Dick

O livro é muito, muito intenso, sob diversos aspectos e, penso, esta resenha será um tanto extensa - porém tentarei não ser prolixa.

A história da baleia branca muita gente conhece, pois foram feitas diversas adaptações - tanto para cinema (Moby Dick, em 1956, com Gregory Peck no papel do capitão Ahab e, mais atualmente, a história que inspirou a história com No Coração do Mar, em 2015, com Chris Hemsworth, no papel de um dos imediatos do navio Essex do capitão Pollard), como para outras mídias - até convertida em desenho animado para crianças - Moby Dick, a Baleia Bebê.

Grandes personagens, com grandes lutas pessoais e muita descrição.

Se você um dia pretende pescar baleias ou investir no mundo náutico, este livro pode ajudar muito. As descrições feitas por Melville são, ao mesmo tempo, fantásticas e cansativas, levando o leitor a demorar na passagem das páginas e, também, a entender o que de tão clássico há na história - afinal, sabe-se, é a luta [pessoal] entre um cara maluco e uma baleia maluca, com dezenas de pobres coitados a sofrer neste intervalo.

Entretanto, o modo narrativo leva o leitor a vivenciar, a sofrer um pouco com Ahab, um pouco com Starbuck, um pouco com Stubb e, até mesmo, com Flask - seus imediatos - a penosa dor de odiar um ser que, provável, também odeia todos os outros. Ou que busca pela paz interior que tantos outros buscam - o que seria, nos dias atuais, um tanto surpreendente vindo de uma baleia cachalote albina, raivosa e deformada.

As reviravoltas emocionais, psicológicas e sociais que o autor utiliza na formação do texto também provocam o leitor a pensar nas grandes diferenças entre as classes sociais.

Neste livro, escrito no ano de 1851, portanto em um tempo em que, praticamente, tudo se definia e arranjava de acordo com o poder financeiro de uns e de outros, e, além disso, um período onde a pesca baleeira estava em seu auge, muitos deixavam suas famílias para encarar os desafios náuticos, esperando, rezando e [porque não?] torcendo para voltarem à terra firme com os lucros de 3 ou 4 anos de ausência, Melville explora muito bem os fatores psicológicos dos personagens mais presentes, trazendo o sofrimento, o medo, a raiva, a angústia, a coragem, o carinho, o amor e o respeito a bordo.

Com todos os detalhes da viagem expostos apenas a milhas de distância do porto de onde partiram, Ahab conduz sua tripulação por mares lindíssimos, explicando cada um dos pormenores da viagem marítima e, ainda mais, da pesca baleeira de cachalotes. Sem desprezar os trejeitos e modos de cada um dos componentes da tripulação, além das maneiras de lidar com os navios com os quais se encontrassem pelos caminhos.

É uma história muito intensa, para se ler com bastante calma e paciência, colocando-se, sempre que possível, no lugar de um ou de outro personagem, imaginando-se a ver o nascer-do-sol do mastro mais alto ou o pôr-do-sol da amurada a oeste de onde se encontram. E, nesse ínterim, imaginar-se a ser o primeiro a ver o sopro da baleia que se busca. Este, por si só, um grande espetáculo

Apesar de cansativo, é um livro para se ler com amor e dedicação,  e que nos faz pensar que todas as variáveis podem se encontrar em uma mesma equação e que o resultado desta equação pode variar de acordo com as decisões que se toma - ou de acordo com o respeito da tripulação que o acompanha.

Não à toa, É, realmente, um Clássico.

Nota 8,5.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O Deus Da Carnificina (Carnage) - Filme 19 de 366

Ontem consegui um filme adulto. Ufa!

Com pouco tempo disponível, busquei um filme curto no catálogo Netflix e encontrei O Deus da Carnificina - Carnage, no idioma original.

Original do teatro e levado ao cinema pelo diretor Roman Polanski, pelo que vi parece ter levando bastante discussão crítica na época de seu lançamento, em 2011.

O filme tem início com a briga entre dois garotos e, a partir daí, começa o filme de fato, com o encontro entre os pais dos dois garotos para resolver a situação.

Aparentemente uma reunião tranquila, bastante racional e civilizada, que terminará brevemente, o encontro entre os casais formados por Kate Winslet e Christoph Waltz e Jodie Foster e John C. Reilly acaba se enveredando por caminhos que não deveriam ter sido explorados, sequer sido colocados em pauta.

A partir daí, a conversa e a relação entre os casais passam a se tornar mais tensas, mas com momentos de comicidade que quebram essa tensão.

E é bastante interessante perceber como um artifício pode modificar o comportamento humano.

Aos poucos, os personagens vão se mostrando e crescendo e, além disso, deixando claro o que realmente pensam de tudo o que aconteceu e do quanto é infrutífera toda esta situação.

Os diálogos, as maneiras, a composição das cenas é bastante favorável, levando o espectador a perceber as possibilidades imensas de uma ou outra palavra em uma conversa que, talvez, não devesse ter sido iniciada - só pra começar.

Além disso, é interessante para pensarmos no quanto somos críticos e esperamos retratação por algo que é comum [a briga entre as crianças], apesar de ter sido bastante sério e ser um comportamento delicado.

Com 80 minutos de duração, vale bastante pelas várias reflexões levantadas no texto.

Eleanor's Secret - Filme 18 de 366


E, dia desses, mais um infanto-juvenil pra lista... Ter filhos pequenos é assim.

E, confesso, muitas vezes é divertido.

Eleanor's Secret é uma animação francesa, do ano de 2009, que fala sobre os contos de fada e sobre o que nos acontece quando crescemos, deixando o mundo de criança e a fantasia para trás.

Natanael é um garotinho que está aprendendo a ler (pelas informações tem 7 anos de idade) e a irmã o perturba terrivelmente devido a sua dificuldade de leitura e na organização de palavras e sentenças.

Sua tia, Eleanor, adora contar histórias e sabe todas as histórias dos contos de fadas de cor e, quando ela morre, fica a encargo de Natanael prosseguir com a missão de Eleanor.

Os personagens são bem elaborados, mostrando bem a estrutura familiar e explorando esta estrutura de maneira bem realista, deixando o espectador se perceber na história.

A história por trás das cortinas é também bastante interessante, pois, quantos de nós ao sairmos da infância não deixamos para trás a fantasia, a simplicidade de pensamentos e ações e partimos em busca das situações da vida, de buscar e rebuscar tudo e tanto, de lutar, de correr atrás...

E a fantasia, a imaginação, onde fica?

É legal, mesmo para os adultos, ver o filme e se ver no lugar de Natanael e acreditar, verdadeiramente, que mesmo que tenha sido inventado não quer dizer que não seja verdadeiro.

Disponível no catálogo Netflix.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Alvin e os Esquilos Na Estrada e Divertida Mente - Filmes 16 e 17 de 366


Viagem com a filhota... E o filme deste final de semana foi Alvin e Os Esquilos Na Estrada.


É aquele clichê básico de várias situações problemas provocadas pelo esquilinho de vermelho, sempre desafiador, mas dessa vez a moral foi um pouco mais profunda.

Dave, seu tutor, agora é produtor musical e os esquilos não fazem mais shows.

Durante a produção e lançamento de uma nova artista, Dave apresenta a nova namorada aos 'filhos' e, por acaso, os pequenos conhecem o filho dela antes de serem oficialmente apresentados ao garoto, Miles.

Adolescência, como todos sabemos, é um período cheio de mudanças: físicas, fisiológicas, emocionais e, algumas vezes, familiares. 

Miles, aparentemente, é o grande sacana do filme, que vai zoar os esquilos até não aguentar mais, porém por trás da carapuça o que percebemos é um adolescente revoltado e que não quer perder o mundo que criou com a mãe. Os esquilos, da mesma forma, não querem perder seu 'posto' com Dave. Juntos, resolvem boicotar o que acreditam ser a perda do pai e da mãe de cada um deles.

E assim a aventura começa.

Viajando pelos Estados Unidos, várias confusões ocorrem pelo caminho, mas com elas belos cenários: Nova Orleans e seu 'carnaval' e, claro, a Flórida, o estado ensolarado onde tudo acontece.

No final, muitas peripécias e broncas depois, tudo se acerta e a mensagem moral surge de mansinho, mostrando o quanto a família e pequenas mudanças podem ser traumáticas, porém benéficas.

Para a turminha, é diversão garantida. Para os adultos, há que se prestar atenção o quanto as decisões podem ser delicadas nas relações. 


Além dos esquilos, tive, finalmente, a oportunidade de assistir Divertida Mente.

O filme que fala sobre as emoções básicas da menina Riley foi o que fechou o final de semana. E eu o achei incrível.

O primeiro momento, a formação dos sentimentos, das memórias, as relações familiares, com os amigos... Depois, as mudanças e a crença de que tudo está muito bem e de que tudo precisa ser alegre, sem deixar as demais emoções cumprirem seu papel na vida da menina...

Quando tudo sai do lugar, a mudança de cidade, as mudanças da idade [novamente falamos aqui de adolescência]...

E as próprias emoções, confusas entre si, acabam se complicando e os aspectos da personalidade da garota vão, aos poucos, se modificando e, ao final, se fortalecendo, mas não pelos caminhos esperados.

É interessante perceber como tudo pode mudar de uma hora para outra e que, muitas vezes, os caminhos que trilhamos podem não ser os desejados, mas são os que nos levam onde precisamos ir.

E é bem isso que Divertida Mente mostra: o quanto as escolhas de um e de outro podem interferir, positiva e negativamente, na vida de outros e nas relações entre essas pessoas. 

Vale mais para os adultos que para as crianças. 

A animação é linda, mas a temática central e o desenvolvimento dela, são um pouco complexos para a turminha. 

domingo, 17 de janeiro de 2016

Snoopy, Charlie Brown: Peanuts, O Filme - 15 de 366

E hoje foi o dia de ver o filme do Charlie Brown e seu fiel cão,
 Snoopy.

Esperávamos mais. 

Apesar de a história se basear nas situações totalmente atrapalhadas e de extrema falta de traquejo de Charlie Brown e da extrema inteligência do Snoopy, muita coisa ficou faltando, muito personagem ficou aquém do que poderia ter sido neste filme.

Linus, Lucy, Patty Pimentinha, Sally, o próprio Charlie Brown e tantos outros que foram pouco explorados não conseguiram trazer neste filme a magia que existia no desenho animado.

A parte do Snoopy também deixa a desejar, e o filme chega a ser cansativo antes dos 15 minutos finais.

Feito realmente para as crianças,  neste período de férias,  mas até para elas, aparentemente,  não foi assim tão  bom.

Pelo menos  algumas crianças bocejavam e estavam inquietas no último terço do filme.

Para quem é fã e gostaria de rever e sentir a nostalgia, vale a pena ir ao cinema. Mas eu assistiria em casa, depois de sair em DVD.

Filmes da semana - 14 de 366

Essa semana foram alguns filmes... Filmes que assisti junto com minha filha...


Descendentes, da Disney.

Eis os filhos dos vilões da Disney: Jafar, Malévola, Rainha Má e Cruela de Vil.

Apesar de ser infanto-juvenil, o filme tem uma premissa interessante, que é a personalidade dos filhos dos vilões, que são aceitos no reino de Auradon mas precisam respeitar as regras da escola. 

Acreditando que os filhos dos vilões também são vilões, os outros alunos, filhos dos "bons" príncipes e princesas acabam nunca permitindo que eles participem de nada, quando o filho do Rei Fera e da Rainha Bela mostra, finalmente, que não é porque são filhos dos maus que estes também são maus. 

É legalzinho. Pra garotada. 



Depois, tivemos Hotel Transilvania 2, a continuação super divertida e que mostra o desejo de Drácula de que seu neto seja um vampiro e a super proteção de uma mãe, antes filha super protegida, Mavis, com medo de que seu filho seja um monstro e não possa viver entre os humanos. 

Muitas aventuras acontecem quando, em negociação com o pai do menino, Jonathan, Dracula convence Mavis a viajar, em férias, e deixar o neto com ele. 

Para quem é mãe, mostra bem a relação nova com o filho e o pai, inclusive consigo mesma. São muitos desafios, muita mudança, muita adaptação, o medo de não conseguir, de a criança se machucar, de não atender às expectativas individuais e do grupo... Muita coisa realmente bem trabalhada, em um filme divertido.

Vale a pena para toda a família, com certeza! 


Tivemos também Secretariat, baseado na história de Penny Chenery e seu cavalo, Secretariat, que foi vencedor da tríplice coroa na década de 70, situações não vividas por um cavalo há alguns anos.

Com a vitória do cavalo, Penny consegue recuperar sua fazenda e sua família e, até a exibição do filme, segundo os produtores, nenhum cavalo havia conseguido superar os tempos feitos por Secretariat em nenhuma das corridas.

É interessante perceber o quanto o cuidado, o interesse pelo animal é capaz de vencer desafios.

E, mais ainda, o quanto as pessoas são desrespeitosas consigo, com os outros e com os animais, tratados apenas com interesse no que podem oferecer.

Uma história bacana para um final de tarde com a família.



E, para finalizar, Happy Feet 2, a história linda do pinguim dançarino, que agora é pai e precisa encarar novos desafios na congelada Terra dos Imperadores.

Dessa vez, os Imperadores são isolados na sua região por grandes icebergs que se deslocam por conta de maremotos e para ajudar a família, Mano e as crianças Atticus, Bo e seu filho, Erik, vão em busca de ajuda.

Encarando desafios, ajudando e sendo ajudado, machucado, Mano e as crianças vão divertindo o espectador.

Com um certo drama pessoal e familiar, ambos bem abordados, uma trilha sonora incrível e cenas muito bonitas, este não é um filme só para crianças.

Uma continuação bem feita e que vale a pena assistir.



domingo, 10 de janeiro de 2016

A Incrível História de Adaline - 10 de 366

Uma história no tempo.
Esse é o tema principal de The Age of Adaline, traduzido para o português-BR sob o título A Incrível História de Adaline, filme de hoje.

Adaline Bowman é uma mulher que não envelhece. Tinha uma vida normal, mas ao sofrer um acidente de carro tudo muda e, a partir daí, parece que uma verdadeira maldição toma conta de sua vida, não permitindo que ela viva plenamente as situações comuns de dia a dia, seus sentimentos, suas emoções.

Lançado no Brasil em maio de 2015, claramente o filme remete ao Estranho Caso de Benjamin Button, mas passa bem longe dele. Principalmente pelo fato de a protagonista se tornar alvo para pesquisas e sofrer com essa grande mudança em sua vida, bem diferente de Button.

O grande dilema da personagem se torna palpável quando ela conhece, aos 108 anos, o homem pelo qual se apaixonaria e, com ele, muitos momentos são revividos, relembrados e o drama é sentido pelo espectador. Drama não apenas dela, mas daqueles com quem também não pôde conviver.

O filme tem cenas marcantes, uma boa fotografia, personagens que divertem e transmitem emoção no tempo e na intensidade certas.

Harrison Ford, que integrou o elenco pouco antes do início das filmagens, traz o gancho perfeito para explorar o drama de Adaline, mostrando como tanto pode ser vivido em um século, mas tão pouco pode ser demonstrado.

É um filme gostoso de se ver, com flashbacks e vestuário de provocar os admiradores da moda vintage, com emoção na dose certa.

Nota 8,5!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O Bom Dinossauro - 9 de 366


Hoje o passeio foi com a baixinha... E fomos ao cinema assistir o filme O Bom Dinossauro.


O filme é lindo, com belas paisagens e boa apresentação gráfica, que remete muito à Toy Story, Divertidamente, Procurando Nemo e tantos outros filmes da Pixar Animations Studios.

A história é linda, cativante, emocionante.

Leva, inclusive, crianças às lágrimas em um grande momento de emoção próximo ao final do filme.

Há diversos momentos de drama, personagens bem trabalhados, em uma bela estrutura familiar, e muita risada garantida em boa parte do filme.

O filme trabalha diversos temas, mas entre eles, para mim e para a minha filha, os mais marcantes foram a relação familiar e como lidar com o medo como propulsor para ações antes muito temidas.

Há alguns momentos em que o filme se perde, como se o personagem perdesse o propósito e ficasse sem rumo e, talvez, seja esse o principal detalhe para que este não seja um filme tão forte entre o público e a crítica.

É um filme infantil, mas aqui adultos e crianças se divertem juntos.

E não esqueça a pipoca. Há muita emoção no ar.

Nota 9!

A Família - 8 de 366

E ontem, mesmo com a correria, ainda consegui ver um filme bacana.

Traduzido para o português como A Família, filme baseado no livro Malavita, de Tonino Benacquista, apresenta a história da família Manzzoni, que precisa se esconder da máfia italiana e vai parar em um pequeno vilarejo na Normandia.

Li este livro no ano passado e o achei bom, você pode ler a resenha aqui.

O filme é bastante parecido com o livro, claro com algumas pequenas alterações relativas à mídia apresentada, e é tão bom quanto o livro.

Há pequenos momentos de drama que deixam um pouco a desejar na adaptação, mas é interessante observar como um bom elenco pode fazer um bom filme.

Não achei um filme espetacular, há algumas situações e cenas que, talvez, pudessem ser melhor exploradas, mas de um modo geral vale muito a pena assistir a este filme, quando tiver um tempo livro.

Provavelmente, a versão original, com áudio original, seja mais fiel aos diálogos dos personagens do que a versão dublada - que foi a que assisti (o canal não disponibilizava o áudio original e legendas).

Se tiver oportunidade, leia o livro antes de ver o filme. 
É legal ver os personagens criarem vida nas pessoas de Robert De Niro e Michelle Pffeifer, mas é ainda melhor conhecer as discussões deles nas páginas do livro.

Nota 8,5.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A Princesinha e Annie - 6 e 7 de 366

Por incrível que pareça, este pequeno período de recesso está rendendo.
Já consegui ver, em 5 dias, quase a quantidade de filmes que assisti o ano passado todo! 

Pela manhã foi A Princesinha.

Levemente inspirado no conto A Little Princess, de Frances Hodgson Burnett, mesma autora de O Jardim Secreto, que também virou filme, A princesinha apresenta a história de uma menina com uma imaginação incrível e que sofre em um educandário após a morte de seu pai.


A obra teve diversas adaptações, entre elas musicais no teatro, inclusive com elenco brasileiro, que viajou o país por um período bastante longo e nós assistimos no Teatro Anhembi-Morumbi - Lavínia AMOU!


Como ainda não havia assistido o filme, aproveitei e, da mesma forma que a peça, provoca emoções, levando ao riso e, também, às lágrimas.


Diversão para a família. Garantida.

Nota 7,5.

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E no final do dia, Annie, em sua última versão.

Li o livro há poucas semanas e gostei bastante, fiquei na expectativa de um bom filme e ele só agrada por alguns pontos.

Na tentativa de um "politicamente correto" e atualizado, o filme traz muitos elementos que não fazem parte da história original, modificando inclusive o perfil de alguns personagens, o que a meu ver, é o que faz perder o charme da história. 

Apesar das diversas mudanças aplicadas ao filme, há momentos de riso e também uma pequena parcela de tristeza em alguns momentos, mas, de um modo geral, o filme é legalzinho.

Talvez as versões anteriores, por estarem mais próximas da história original, sejam melhores que essa.

Nota 7,5.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Planeta dos Macacos: A Origem - 5 de 366

Hoje consegui mais um filme e ainda um episódio de Hemlock Grove.


E o filme de hoje foi Planeta dos Macacos: A Origem.


Baseado no livro de Pierre Boulle, La planète des singes (Planeta dos Macacos, em português), este filme é mais uma adaptação entre outras já feitas do mesmo livro, agora 'reiniciando' a trama no cinema, depois da tentativa que não deu certo em 2001 sob direção de Tim Burton.

Com um mote diferente, o filme apresenta a história de um cientista em busca da cura para o Alzheimer, na tentativa de salvar o próprio pai, mas uma série de coisas acontecem por conta das combinações genéticas do medicamento nos hospedeiros, diferença aparentemente pequena, contudo gigantesca entre homem e símio.

A trama é legal, empolga e provoca o leitor, com boas tomadas, boa fotografia e a exploração das hipóteses científicas em pesquisas, principalmente em pesquisas que visam, exclusivamente, o lucro e não passam por aprovação ética antes de serem realizadas. Porém deixa a desejar em alguns pontos um tanto bobos, que não vou comentar senão vou dar spoilers.

Valeu as horinhas no sofá. Assistam.

Nota 8,5.

E, no final do dia, mais um episódio da série Hemlock Grove, produção Netflix em sua última temporada.


A série fala de monstros, os monstros fictícios que temos na literatura tão conhecidos e na série reapresentados sob novas "definições".


As duas primeiras temporadas são boas, a terceira, começa bastante confusa, mas bem. 

Vale a pena assistir! :)

domingo, 3 de janeiro de 2016

O Juiz - 4 de 366


Hoje foi o dia de O Juiz, filme de Robert Downey Jr e Robert Duvall...


Inicialmente, imaginei que o filme seria sobre uma "batalha de egos". Não li sinopse, nem perguntei a ninguém opinião a respeito do filme. 

Não era sobre egos. Era sobre família.

Uma família desunida, separada, que é reunida e novamente se envolve por diversas questões. 

É uma história bonita. E, no fim... 

Downey Jr meio que parece ter 'absorvido' alguns trejeitos de Tony Stark, utilizando-o em seus personagens pós-Homem de Ferro. A pinta de playboy ele sempre teve, mas as falas, o comportamento, parecem herança de Stark.

Apesar disso, ele atua bem nesse filme. Deixou a desejar em alguns momentos, mas em sua grande maioria, foi bem.

Sobre Duvall, não há o que comentar.
Atuação impecável. 

Deve ter sido bem divertido, mas muito complicado gravar este filme... Em alguns momentos dá pra sentir a tensão que a cena mostra e em outros dá pra perceber a leveza e a doçura...

Gostei bastante.

Nota 9!

sábado, 2 de janeiro de 2016

Filmes - Um desafio para 2016

Um amigo fez um desafio a si mesmo "366 filmes em 366 dias" para 2016.


Gostei da ideia, achei super interessante e resolvi tentar também. Mesmo que não consiga os 366, alguns, acima da minha média, conseguirei.

Como namorada de um cinéfilo, acho que deveria tentar. 

Esse ano promete! :)



Comecei com Monty Python - O Sentido da Vida.

Filme lançado em 1983, como muitos sabem cheio de metáforas e analogias. 

Com um humor ácido, esse filme traz várias críticas que podemos considerar bastante atuais: uma família católica gigantesca com o pai mandando uma parte dos filhos para pesquisas científicas, ao passo que um casal vizinho, protestante, alega o total controle sobre a reprodução através do uso de preservativo. A esposa deste casal protestante fica bastante interessada na questão "sexo por prazer", mas o marido não lhe dá a mínima atenção, fazendo-se de desentendido. 

Noutro quadro, a valorização exacerbada do pênis é ressaltada numa canção ao piano no meio de um restaurante de alto padrão.

E, neste mesmo restaurante, um homem obeso que entra, vomita o restaurante inteiro, come tudo o que consegue comer e, ao exagerar om um pequeno pedacinho de chocolate, "explode"... A mulher que tem que limpar toda essa bagunça tem preconceito em relação aos judeus...

Dá pra notar diversas questões sociais no filme todo, até realmente entender que o Sentido da Vida é... 

Se não viram, vejam. :)

Outras duas obras da turma é A vida de Brian e O Cálice Sagrado, todas elas bastante críticas.

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Hoje foi a minha vez de assistir Star Wars - Episódio VII: O Despertar da Força.

O filme é bom, tem diversos pontos altos, assim como vários pontos baixos no decorrer da trama. 

Como em diversas salas ao redor do mundo, no momento da aparição de Han Solo e seu fiel companheiro Chewbacca, achei que haveria palmas, urras e afins, mas a sala se manteve em silêncio, acompanhando o filme tranquilamente, se manifestando apenas em momentos específicos. 

Foi muito legal sentir de novo a emoção da abertura, ver o letreiro subindo, a fotografia incrível de diversas cenas, a trilha sonora, a direção maravilhosa de J. J. Abrams...

Não vou falar mais sobre o filme... Apenas que vale a pena vê-lo numa tela grande... Se tiver opção, não veja em 3D, não há bom motivo para isso. 

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E, agora à noite, no canal Space, estava acabando o Episódio II e começando Star Wars - Episódio III: A Vingança dos Sith. Claro que parei pra assistir. Vantagens de um feriadão... :)


 
Esse eu tive a oportunidade de ver também no cinema, quando foi lançado em 2005. 

Não há nem o que falar. 

Da segunda trilogia, é o melhor.

Muitos efeitos, batalhas por poder, e a criação do personagem mais icônico da saga: Darth Vader, quando finalmente Anakin Skywalker se rende ao lado negro da força e, no final, numa luta incrível com Obi-Wan Kenobi, é deixado praticamente morto num planeta sem vida.

Cada um dos filmes da série tem vários pontos altos e, também, baixos, mas são bons. 

A saga é incrível, reúne milhares de fãs ao redor do mundo, há décadas, e temos promessa de mais filmes ao longo dos próximos anos. 

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E com isso, já foram 3 de 366. :D

Vamos ver o que os próximos dias apresentam.