Um dos livros mais lidos e considerado um dos melhores pela grande maioria daqueles que o leram.
Cervantes nos apresenta Dom Quixote de La Mancha, um senhor que gosta da leitura de histórias de cavalaria, mas que em determinado momento deixa-se enfeitiçar por elas, largando a vida pacata pelas aventuras de Cavaleiro Andante. Carrega Sancho Pança a tiracolo, como seu fiel escudeiro, pois todos os cavaleiros tem um. E respeita, acima de tudo, as regras da cavalaria - ainda que não o seja de fato.
Muitas aventuras e desventuras passam estes dois, que no final, voltam ao seu local de origem e tanto, ou mais, louco fica o fazendeiro.
A obra que li foi uma tradução e adaptação do poeta brasileiro Ferreira Gullar, que, ainda que em linguagem bem mais simples, parece ter garantido a ideia central da obra e respeitado as personagens como foram criadas.
Ainda não li a obra original, mas pelo pouco que as comparei, entre um e outro capítulos, muito da graça se perdeu nesta nova tradução. Apesar de haver ótimos momentos, de apreensão, graça, enaltecimento às relações afetivas entre amigos e família, o respeito e a coragem.
Como leitora, não sou muito fã de histórias cheias de redundâncias e idas e vindas repetitivas que levam a lugar nenhum [tal qual minha paixão e tristeza por Game of Thrones], apesar de a história sempre me prender e cativar em muitos momentos.
Esta edição é realmente bem voltada para o público mais juvenil, que teria, hoje, bastante dificuldade de compreender e fixar a leitura de uma obra bastante extensa e cheia de caminhos como a original.
Ainda assim, vale a leitura, a aprendizagem que o nobre Dom Quixote nos deixa, a simplicidade de Sancho Pança, a determinação do bacharel Carrasco e o carinho de Teresa pelos filhos.
Se não vivemos momentos de loucuras, ainda que mínimos e espaçados, nas obras que lemos e assistimos, nunca o faremos, pois temos medo e reservas dos julgamentos alheios.
Nota 8,75.
E sempre valerá a leitura.