quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Moby Dick- Herman Melville


Primeiro livro de 2016.

Trabalhos iniciados com um clássico da literatura: Moby Dick

O livro é muito, muito intenso, sob diversos aspectos e, penso, esta resenha será um tanto extensa - porém tentarei não ser prolixa.

A história da baleia branca muita gente conhece, pois foram feitas diversas adaptações - tanto para cinema (Moby Dick, em 1956, com Gregory Peck no papel do capitão Ahab e, mais atualmente, a história que inspirou a história com No Coração do Mar, em 2015, com Chris Hemsworth, no papel de um dos imediatos do navio Essex do capitão Pollard), como para outras mídias - até convertida em desenho animado para crianças - Moby Dick, a Baleia Bebê.

Grandes personagens, com grandes lutas pessoais e muita descrição.

Se você um dia pretende pescar baleias ou investir no mundo náutico, este livro pode ajudar muito. As descrições feitas por Melville são, ao mesmo tempo, fantásticas e cansativas, levando o leitor a demorar na passagem das páginas e, também, a entender o que de tão clássico há na história - afinal, sabe-se, é a luta [pessoal] entre um cara maluco e uma baleia maluca, com dezenas de pobres coitados a sofrer neste intervalo.

Entretanto, o modo narrativo leva o leitor a vivenciar, a sofrer um pouco com Ahab, um pouco com Starbuck, um pouco com Stubb e, até mesmo, com Flask - seus imediatos - a penosa dor de odiar um ser que, provável, também odeia todos os outros. Ou que busca pela paz interior que tantos outros buscam - o que seria, nos dias atuais, um tanto surpreendente vindo de uma baleia cachalote albina, raivosa e deformada.

As reviravoltas emocionais, psicológicas e sociais que o autor utiliza na formação do texto também provocam o leitor a pensar nas grandes diferenças entre as classes sociais.

Neste livro, escrito no ano de 1851, portanto em um tempo em que, praticamente, tudo se definia e arranjava de acordo com o poder financeiro de uns e de outros, e, além disso, um período onde a pesca baleeira estava em seu auge, muitos deixavam suas famílias para encarar os desafios náuticos, esperando, rezando e [porque não?] torcendo para voltarem à terra firme com os lucros de 3 ou 4 anos de ausência, Melville explora muito bem os fatores psicológicos dos personagens mais presentes, trazendo o sofrimento, o medo, a raiva, a angústia, a coragem, o carinho, o amor e o respeito a bordo.

Com todos os detalhes da viagem expostos apenas a milhas de distância do porto de onde partiram, Ahab conduz sua tripulação por mares lindíssimos, explicando cada um dos pormenores da viagem marítima e, ainda mais, da pesca baleeira de cachalotes. Sem desprezar os trejeitos e modos de cada um dos componentes da tripulação, além das maneiras de lidar com os navios com os quais se encontrassem pelos caminhos.

É uma história muito intensa, para se ler com bastante calma e paciência, colocando-se, sempre que possível, no lugar de um ou de outro personagem, imaginando-se a ver o nascer-do-sol do mastro mais alto ou o pôr-do-sol da amurada a oeste de onde se encontram. E, nesse ínterim, imaginar-se a ser o primeiro a ver o sopro da baleia que se busca. Este, por si só, um grande espetáculo

Apesar de cansativo, é um livro para se ler com amor e dedicação,  e que nos faz pensar que todas as variáveis podem se encontrar em uma mesma equação e que o resultado desta equação pode variar de acordo com as decisões que se toma - ou de acordo com o respeito da tripulação que o acompanha.

Não à toa, É, realmente, um Clássico.

Nota 8,5.

Um comentário:

  1. Eu tremo só história. Moby Dick é épica, uma história que ilustra grandes cenas, preocupações filosóficas e dualidade que encontra-se em todas as criaturas. A história da grande baleia branca, é um magnífico dramatização do espírito humano em um cenário de natureza primitiva. Actualmente encontro-me ler este clássico, tomar algumas páginas e ele realmente está me cativar. Eu só vi o filme No Coração do Mar do Ron Howard é, e é um espetáculo visual bastante interessante que recebe cenas específicas com força suficiente. Uma grande história, grandes performances, grandes efeitos especiais e cenas de ação enérgicos, mas talvez o script é um pouco dispersos querendo cobrir muitos tópicos, a mensagem final não deixa de ser claro e não consegue mover como deveria.

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