sábado, 25 de março de 2017

A Cor Púrpura - Alice Walker

Desafio Literário 2017.
Março: Um livro do ano em que nasci. 
E este foi o segundo deste mês. E me cativou grandemente. Tanto que tive que dar um tempo pra resenhar, senão seria uma das maiores resenhas, de tanto que gostei.

A Cor Púrpura, de Alice Walker, é um livro incrivelmente fantástico, escrito em 1982 e que em 1983 garantiu à autora um Pulitzer

Neste livro, muito bem escrito, Walker aborda o preconceito racial, as diferenças sociais entre homens e mulheres, a submissão feminina, o homossexualismo, as mudanças que ocorrem com o passar do tempo e do crescimento de uma pessoa que de pequena nada tinha, mas que se achava minúscula.

Início do século XX, sul dos Estados Unidos da América, onde as questões raciais eram bastante intensas, com muita segregação entre brancos e negros. E mais ainda entre os próprios negros. Luxo era ter um branco como escravo - literalmente comprado. 

Celie, a protagonista, vivia resignada às situações da vida, pois era o que tinha aprendido. Semi analfabeta, foi abusada, destratada, maltratada. É através das suas cartas que conhecemos sua história triste e de muita luta, mas com um final lindo e emocionante.

Escrito todo em primeira pessoa, a autora mostra o quanto foi sofrida a situação dos negros no sul dos Estados Unidos da América. Mais ainda, abordando, de certo modo, o feminismo, Walker nos apresenta os primeiros movimentos pelos direitos das mulheres de poderem pensar, ser e vestir o que quiserem, sem estar subordinadas às vontades dos homens - que se achavam seus donos e lhes batiam para garantir o respeito que lhes era devido. Semelhanças com a realidade de hoje há muitas. Infelizmente.

Celie aprende, vive, sente, chora, ama, odeia. E no passar de anos vivemos tudo isso com ela. Sentimos alegria, raiva, felicidade, saudades, medo, vontades... Tudo isso no decorrer das quase 300 páginas deste livro. E, no final, a vontade de que ele continue é maior.

A leitura é fluida, e o texto, escrito de modo a demonstrar as dificuldades da personagem em lidar com a linguagem, nos carrega conforme ela própria evolui ao aprender mais conforme os anos passam em sua vida. 

É uma leitura cativante, emocionante. Um livro pra ter na cabeceira e ler, pelo menos, uma vez por ano, pra lembrar do quanto pessoas já sofreram para que conseguíssemos ter direitos e voz. 

Há um filme feito a partir deste livro. Ainda não o assisti, mas pretendo fazê-lo em breve. Esperando, obviamente, que ele transmita toda a emoção que senti ao ler estas páginas.

Nota 10!



sábado, 18 de março de 2017

O Rapto do Menino de Ouro - Marcos Rey


Desafio literário 2017. 

Março: um livro publicado no ano que nasci. O ano era 1982. 

Entre as várias opções, escolhi um da Coleção Vagalume que nunca tinha lido: O Rapto do Menino de Ouro, de autoria de Marcos Rey.

É uma história juvenil que se passa na cidade de São Paulo, no bairro da Bela Vista, onde um garoto que se destaca cantando começa a ficar famoso, sofre um rapto e, pelo drama da coisa toda, a história se desenvolve.

Rey usa bem os aspectos da época: dramatização, excesso de personagens com funções na história,um gênio e um bandido que convivem no mesmo núcleo. 

Eu achei a trama até um tanto redundante (ou repetitiva, talvez), em que os elementos se sobrepõem e um deles sempre se destaca sobre os outros. O nível de mistério é baixo, mas ainda surpreende ao final da história.

É interessante pra entender como era o modo de produção literário há 30 anos, bom para reler por saudades e para compreender como as histórias de mistério cresceram tanto em qualidade nos últimos anos.

Nota 7.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Perdidos na Babilônia - Peter Lerangis

O mês ainda não havia acabado e eu fiquei bastante curiosa para saber o que acontecia depois do final de A ascensão do Colosso .


#Livro3 de 2017, Perdidos na Babilônia é o segundo volume da saga As Sete Maravilhas, de autoria de Peter Lerangis.

Bem mais dinâmico que o primeiro volume, este livro já se inicia dentro de uma grande aventura. E tantas outras acontecem ao longo das páginas, prendendo o leitor fiel à história, na expectativa de descobertas e soluções de situações que ficam pendentes no final do primeiro volume.

O autor se apropria bem de seus personagens, mostrando que falhas de caráter existem e dependem muito do contexto social de cada pessoa.

Conhecemos uma incrível suposição de sobreposição de tempo e espaço, criando um continuum bastante interessante. E, claro, a trama ganha mais cor e sabor neste segundo volume.

A partir do terceiro terço, o livro se torna quase "inlargável", graças aos MUITOS e surpreendentes acontecimentos da história, que se desenrola em lugares de grandes significados da história do mundo, extremamente bem descritos e cheios de detalhes inesperados.

Este sim, vale bem a leitura.

Nota 9.