sábado, 22 de abril de 2017

Os 13 Porquês - Jay Asher

Desafio literário de 2107.
Abril: o último livro que você viu.

Em meio ao lançamento na Netflix de 13th Reasons Why , foi o livro que dá vida à série que eu escolhi.

Primeiro livro publicado de Jay Asher, a temática central do livro aborda diversos temas, mas os principais são o bullying e o suicídio

Entre eles, sobre muito se discorre, como assédio sexual, assédio moral,  desrespeito, desamor... E, também, conhecemos como está a cabeça de uma adolescente de 16 anos que passa por diversas dessas situações e que escolhe apontar os culpados, talvez para que estas pessoas sintam, apenas, um pouco da dor que ela própria sentia - ainda que não a verbalizasse.

A história toda é narrada em primeira e segunda pessoas, num diálogo indireto entre Hanna e Clay, que mostra como determinadas atitudes podem ser cruéis e desencadear reações inesperadas, às vezes, irreversíveis.

Apesar de ser um tema tabu e muito pouco discutido, porque muitos, ainda, infelizmente, consideram depressão uma frescura e, pior ainda, acreditam que isso se resolve com pancadas  (vide os posts de 'havaianas azuis' nas muitas timelines do Facebook, em alusão ao bizarro e terrível jogo da Baleia Azul), Asher aposta alto, e aposta certo, na abordagem e no modo delicado como nos mostra uma vida de depressão, dores, limitações e cobranças.

Muitas pessoas se identificaram com Hanna. Outros se identificaram com os bullyers - mas certamente nunca assumiriam isso -, e outros tantos se viram no papel de Clay: de mãos atadas por não ter mais tempo para fazer alguma coisa.

Não assisti a série (ainda), mas pelas conversas com colegas e com alunos, sei que a Netflix mais uma vez se superou e trouxe muita visceralidade (e muita realidade, entenda-se) para uma história triste e delicada.

No decorrer das páginas, sentimos a tristeza de Hanna, mas é a tristeza de Clay que nos consome e devasta. E, parágrafo após parágrafo, percebemos que o autor realmente teve uma ideia brilhante e a abordou de modo delicado e singelo, sem violência, sem transgressões, sem raiva.

É um livro que vale a pena ser lido?
Certamente.


Mas não espere cenas e descrições viscerais. Asher não utiliza esse recurso.

Espere (e tenha) empatia. Leia este livro com a mente aberta. Vocês foram adolescentes há algum tempo - se ainda não forem; e não é porque você não concorda e não sentiu as mesmas dores, com a mesma intensidade, que isso tudo é frescura, falta do que fazer ou de chineladas.


Nestas páginas encontramos amor e amizade.

E era o que deveria ser transcrito nos vídeos da série. Mas entendo que são mídias diferentes e que, na maioria das vezes, exigem técnicas diferentes para abordar a mesma obra.

Ainda devo assistir a série, mas já estava devendo essa resenha há duas semanas. Eis que aqui vai ela.

Nota: 9.