quarta-feira, 15 de novembro de 2017

A Seleção - Kiera Cass

Desafio literário 2017: Setembro: Peça para uma criança escolher.

Julho e Agosto tiveram seus dias passados e, em setembro, li O Iluminado, de um dos autores de suspense e terror que mais gosto. Em outubro comecei a ler Assim Falava Zaratustra, de Friedrich Nietzsche. Ainda não terminei. Nem na metade cheguei, aliás. É mais complexo do que eu imaginava que seria dar conta dele. A profundidade da história me pegou e vamos devagar, um capítulo por vez.

Semana passada minha filha me trouxe um livro da biblioteca da Fábrica de Cultura, com um bilhetinho que me obrigava a ler, ainda que não fosse um gênero que me agradasse.

O livro era A Seleção, de Kiera Cass.

300 e poucas páginas, levei 3 dias para ler - graças ao metrô e ao ônibus, em dois destes 3 dias, claro. E uma compreensão pelo motivo de eu estar com tanta dificuldade de ler Zaratustra: A Seleção é um livro raso. Apesar das lições sempre presentes, o nível da história não ultrapassa a barreira da compreensão rápida e imediata das situações e, mais ainda, nos dá, claramente, todas as cartas de um jogo que vai se estender por 5 livros. Em Assim Falava Zaratustra, Nietzsche fala sobre o existencialismo, filosofa sobre questões de vida, de ser, de ter, de saber, que me obrigam a ir com muita,  muita calma.

De todo modo, e apesar de todos os clichés, Kiera Cass conseguiu fazer uma história boa e interessante. Não é à toa que vende tanto. Lembrou-me um Jogos Vorazes (que ainda não li, aliás) de princesas. 

Sem pressa, Cass dissolve a história de América, Aspen e Maxon em 5 volumes, que têm emoção, carinho, cuidado, disputa, medo, desejos, lições sobre o feminismo e sororidade, a importância de uma boa gestão e da amplitude de visão administrativa, a importância de compreender a situação dos outros para só então tomar atitudes relacionadas a isso, sobre recuperação do Estado e da sua economia no pós-guerra...

A história se passa em Illéa, um país que se originou após a 4ª Guerra Mundial, onde os Estados Unidos da América deu lugar aos Estados Unidos da China e, na batalha pelo seu território, um homem, e suas ligações políticas e muita força e conhecimento, conseguiu retomar seu território. Uma distopia, onde a sociedade se divide em castas, com base em quem pode mais e quem pode menos, do ponto de vista financeiro e político.

Existe o romance, obviamente, mas neste livro a história é permeada por diversas situações individuais, disputas de ego, confusões sentimentais, desafios sociais e por aí vai...

35 garotas, de todo o país, entre 16 e 20 anos de idade, "entram" em uma disputa para ser a nova rainha. Mas nesse meio tempo, muita coisa acontece e apenas uma será a escolhida pelo príncipe.

É um compilado de situações - drama, comédia, romance... E é um livro bastante interessante.

Não faz meu gênero essa coisa de princesas, mas aqui, neste volume, o 1 de 5, a autora conseguiu me cativar e, por isso, já pedi pra cria me trazer o segundo volume - A Elite

De tudo, o que mais me chamou a atenção foi a questão da autossuficiência e do quanto isso é importante para nós seres humanos, tanto quanto o convívio social. Mesmo numa competição, a sororidade entre as participantes (algumas delas, claro!) é notável e fantástica. Deveria ser o modo como vivemos nossa vida em sociedade.

Vale a pena a leitura. 

Pelo menos, pra mim valeu o carinho - e o desafio. 

Nota 8,5! :)