segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O Clã dos Dragões - Ilkka Auer

Primeiro livro da série das Terras de Gelo e Neve, O Clã dos Dragões de Ilkka Auer, apresenta a história de Nonna, uma menina de 12 anos que descobre muito sobre si e sobre sua ascendência depois de uma batalha no vilarejo onde vive com o pai e a mãe.

Protegida por um urso polar, Fenris, também seu animal de estimação, a menina passa por lugares desconhecidos, conhece pessoas amigas, trava batalhas e descobre muito sobre si e sobre sua família - o que determina inclusive os poderes que conhecerá e aprenderá a manejar.

Com esta obra, Auer foi premiado pela Tolkien Society da Finlândia com a melhor obra de fantasia. 

Apesar de remeter à literatura juvenil, a história construída pelo autor é bastante concisa, com personagens mitológicos como bruxas, gnomos, fadas e trolls, mas desta vez reconstruídos, fugindo um pouco da imagem que temos destes personagens descritos por Tolkien e outros autores e tão bem reproduzidos nos filmes ao longo dos anos.

A mitologia nórdica tem muitos deuses, muitos destes explorados na história, onde vemos bruxas, dragões, monstros criados por gnomos, fadas, animais protetores como o urso Fenris, wyrms, trolls e tantos outros, além de muita magia, pergaminhos, runas e feitiços.

Este é o primeiro livro de uma quadrilogia e é realmente bastante introdutório e de apresentação, com algumas situações provocativas que prendem a atenção do leitor ao longo das 315 páginas e o provoca a querer ler o próximo volume.

O segundo livro, já lançado no Brasil em junho de 2015, pela editora Gutenberg, não teve divulgação e, até hoje, não sabia que ele já estava à venda em alguns sites. Nas livrarias por onde andei nos últimos meses não o vi nas prateleiras.

Agora é esperar para ver como Nonna se sai nos aprendizados e desafios de sua nova vida no forte para onde se mudou com a mãe. 

Nota 8.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Star Wars: Estrelas Perdidas - Claudia Gray

Um dos livros para a jornada de Star Wars - O Despertar da Força, Estrelas Perdidas de Claudia Gray oferece um belo espetáculo ao leitor. 

Principalmente aos fãs da sagas.

O texto simples e direto, apresenta algumas das mais famosas batalhas dos filmes, mas pelo ponto de vista de dois personagens criados para a trama: Ciena Ree e Thane Kyrell.

Ciena e Thane se conhecem ainda crianças em dos planetas da Orla exterior, de pouquíssimo interesse para o Império que se forma, mas seu maior sonho é voar nos caças imperiais.

Aos poucos,  crescendo e aprendendo juntos, ambos se tornam oficiais imperiais, mas, como nem tudo são rosas, um deles resolve viver sua vidade outro modo, abrindo mão de seu juramento e trazendo,  desta forma, ao leitor, uma ótima forma de conhecer as naves, as estratégias e a podridão que existe nos seres detentores de poder, aqui grandemente representado por Palpatine, Darth Vader e todos os Grãos-Moff que participam deste trecho da história. 

Ainda que bem permeado numa história que todos conhecemos bem de outros tempos, e usando o artifício do romance que'nunca dá certo', este livro é empolgante e remete ao leitor situações de batalhas muito bem descritas e prazerosas em serem lidas, provocando a vontade de rever os filmes, discuti-los, falar sobre eles e, mais ainda,  de ler os outros livros que compõem a nova fase de Star Wars,  agora nas mãos da Disney.

Os personagens,  ainda que em grande quantidade,  têm sua história e características valorizadas, assim como as relações entre eles. As descrições das obrigações,  da exigência de força,  respeito, honra, lealdade e a importância de valorizar aquilo que realmente acredita em sua vida, sua formação cultural de fato, são bastante plausíveis e factíveis, carregando o leitor para situações bastante  conflitantes.

A diversão e o entretenimento são garantidos. E a leitura,  como sempre, prazerosa, com um clímax incrível! 

Nota 8,5!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Moby Dick- Herman Melville


Primeiro livro de 2016.

Trabalhos iniciados com um clássico da literatura: Moby Dick

O livro é muito, muito intenso, sob diversos aspectos e, penso, esta resenha será um tanto extensa - porém tentarei não ser prolixa.

A história da baleia branca muita gente conhece, pois foram feitas diversas adaptações - tanto para cinema (Moby Dick, em 1956, com Gregory Peck no papel do capitão Ahab e, mais atualmente, a história que inspirou a história com No Coração do Mar, em 2015, com Chris Hemsworth, no papel de um dos imediatos do navio Essex do capitão Pollard), como para outras mídias - até convertida em desenho animado para crianças - Moby Dick, a Baleia Bebê.

Grandes personagens, com grandes lutas pessoais e muita descrição.

Se você um dia pretende pescar baleias ou investir no mundo náutico, este livro pode ajudar muito. As descrições feitas por Melville são, ao mesmo tempo, fantásticas e cansativas, levando o leitor a demorar na passagem das páginas e, também, a entender o que de tão clássico há na história - afinal, sabe-se, é a luta [pessoal] entre um cara maluco e uma baleia maluca, com dezenas de pobres coitados a sofrer neste intervalo.

Entretanto, o modo narrativo leva o leitor a vivenciar, a sofrer um pouco com Ahab, um pouco com Starbuck, um pouco com Stubb e, até mesmo, com Flask - seus imediatos - a penosa dor de odiar um ser que, provável, também odeia todos os outros. Ou que busca pela paz interior que tantos outros buscam - o que seria, nos dias atuais, um tanto surpreendente vindo de uma baleia cachalote albina, raivosa e deformada.

As reviravoltas emocionais, psicológicas e sociais que o autor utiliza na formação do texto também provocam o leitor a pensar nas grandes diferenças entre as classes sociais.

Neste livro, escrito no ano de 1851, portanto em um tempo em que, praticamente, tudo se definia e arranjava de acordo com o poder financeiro de uns e de outros, e, além disso, um período onde a pesca baleeira estava em seu auge, muitos deixavam suas famílias para encarar os desafios náuticos, esperando, rezando e [porque não?] torcendo para voltarem à terra firme com os lucros de 3 ou 4 anos de ausência, Melville explora muito bem os fatores psicológicos dos personagens mais presentes, trazendo o sofrimento, o medo, a raiva, a angústia, a coragem, o carinho, o amor e o respeito a bordo.

Com todos os detalhes da viagem expostos apenas a milhas de distância do porto de onde partiram, Ahab conduz sua tripulação por mares lindíssimos, explicando cada um dos pormenores da viagem marítima e, ainda mais, da pesca baleeira de cachalotes. Sem desprezar os trejeitos e modos de cada um dos componentes da tripulação, além das maneiras de lidar com os navios com os quais se encontrassem pelos caminhos.

É uma história muito intensa, para se ler com bastante calma e paciência, colocando-se, sempre que possível, no lugar de um ou de outro personagem, imaginando-se a ver o nascer-do-sol do mastro mais alto ou o pôr-do-sol da amurada a oeste de onde se encontram. E, nesse ínterim, imaginar-se a ser o primeiro a ver o sopro da baleia que se busca. Este, por si só, um grande espetáculo

Apesar de cansativo, é um livro para se ler com amor e dedicação,  e que nos faz pensar que todas as variáveis podem se encontrar em uma mesma equação e que o resultado desta equação pode variar de acordo com as decisões que se toma - ou de acordo com o respeito da tripulação que o acompanha.

Não à toa, É, realmente, um Clássico.

Nota 8,5.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O Deus Da Carnificina (Carnage) - Filme 19 de 366

Ontem consegui um filme adulto. Ufa!

Com pouco tempo disponível, busquei um filme curto no catálogo Netflix e encontrei O Deus da Carnificina - Carnage, no idioma original.

Original do teatro e levado ao cinema pelo diretor Roman Polanski, pelo que vi parece ter levando bastante discussão crítica na época de seu lançamento, em 2011.

O filme tem início com a briga entre dois garotos e, a partir daí, começa o filme de fato, com o encontro entre os pais dos dois garotos para resolver a situação.

Aparentemente uma reunião tranquila, bastante racional e civilizada, que terminará brevemente, o encontro entre os casais formados por Kate Winslet e Christoph Waltz e Jodie Foster e John C. Reilly acaba se enveredando por caminhos que não deveriam ter sido explorados, sequer sido colocados em pauta.

A partir daí, a conversa e a relação entre os casais passam a se tornar mais tensas, mas com momentos de comicidade que quebram essa tensão.

E é bastante interessante perceber como um artifício pode modificar o comportamento humano.

Aos poucos, os personagens vão se mostrando e crescendo e, além disso, deixando claro o que realmente pensam de tudo o que aconteceu e do quanto é infrutífera toda esta situação.

Os diálogos, as maneiras, a composição das cenas é bastante favorável, levando o espectador a perceber as possibilidades imensas de uma ou outra palavra em uma conversa que, talvez, não devesse ter sido iniciada - só pra começar.

Além disso, é interessante para pensarmos no quanto somos críticos e esperamos retratação por algo que é comum [a briga entre as crianças], apesar de ter sido bastante sério e ser um comportamento delicado.

Com 80 minutos de duração, vale bastante pelas várias reflexões levantadas no texto.

Eleanor's Secret - Filme 18 de 366


E, dia desses, mais um infanto-juvenil pra lista... Ter filhos pequenos é assim.

E, confesso, muitas vezes é divertido.

Eleanor's Secret é uma animação francesa, do ano de 2009, que fala sobre os contos de fada e sobre o que nos acontece quando crescemos, deixando o mundo de criança e a fantasia para trás.

Natanael é um garotinho que está aprendendo a ler (pelas informações tem 7 anos de idade) e a irmã o perturba terrivelmente devido a sua dificuldade de leitura e na organização de palavras e sentenças.

Sua tia, Eleanor, adora contar histórias e sabe todas as histórias dos contos de fadas de cor e, quando ela morre, fica a encargo de Natanael prosseguir com a missão de Eleanor.

Os personagens são bem elaborados, mostrando bem a estrutura familiar e explorando esta estrutura de maneira bem realista, deixando o espectador se perceber na história.

A história por trás das cortinas é também bastante interessante, pois, quantos de nós ao sairmos da infância não deixamos para trás a fantasia, a simplicidade de pensamentos e ações e partimos em busca das situações da vida, de buscar e rebuscar tudo e tanto, de lutar, de correr atrás...

E a fantasia, a imaginação, onde fica?

É legal, mesmo para os adultos, ver o filme e se ver no lugar de Natanael e acreditar, verdadeiramente, que mesmo que tenha sido inventado não quer dizer que não seja verdadeiro.

Disponível no catálogo Netflix.