Narrado em primeira pessoa, contando a história de como conheceu o avô que morava na mesma casa mas era muito isolado, e sua própria história, quando começa a se perceber e a se questionar sobre todos os costumes e habilidades que são esperados de uma mulher, ainda no final do século XIX.
Calpúrnia Tate é uma menina de quase-doze-anos, que não gosta de trabalhos manuais, mas precisa aprendê-los mesmo assim. Em um determinado momento encontra no avô, tão afastado e amedrontador, um verdadeiro companheiro de aventuras e descobertas.
O ano é 1899 e para meninas como Calpúrnia é necessário obedecer a família, a ordem e os bons costumes, aprender a gerir uma casa e a gerar uma família só sua - seus descendentes. Não lhe é permitido ler livros como A Origem das Espécies, Charles Darwin, mas apenas livros de culinária e afazeres domésticos, além de aprender a bordar, tricotar, tocar piano e cuidar de crianças - coisas que ela questiona quando passa a se relacionar mais próxima do avô.
O livro é bastante gostoso de ler, cheio de questionamentos sobre a vida, sobre as percepções das coisas ao seu redor, sobre a importância que é dada a determinadas situações, comportamentos e pessoas.
Em uma história divertida, simples, porém profunda, a autora nos leva a pensar nas muitas vezes em que deixamos de viver ou fazer algo por conta de conceitos sociais. E mesmo que pensemos que não o fazemos, quando nos voltamos para nossos próprios pensamentos percebemos que não é bem assim.
Vale muito investir um tempo nesta leitura. A autopercepção que fica atrelada a ela é gigantesca.
Nota 9!
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