sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Prato Sujo - Como a Indústria Manipula os Alimentos para Viciar Você - Marcia Kedouk

Há alguns anos começaram algumas desmistificações em relação a alimentos, seja porque as pessoas têm apresentado maior índice de excesso de peso, seja porque algumas doenças que antes só existiam em idosos agora estão presentes em crianças e adolescentes, seja porque a comida tem sido demonizada ou vangloriada em diversos aspectos, por diversas pessoas.

Quando lançado, em 2013, como uma publicação da Revista Superinteressante, provocou um certo 'rebuliço', pois Prato Sujo, da jornalista Márcia Kedouk, tenta trazer algumas verdades sobre o modo como a nossa comida de cada dia é mostrada e produzida e isso interessa, e muito, às indústrias. E a indústria alimentícia é uma das maiores do mundo - afinal, ninguém vive sem comida.

Kedouk apresenta neste livro informações bastante relevantes - e interessantes - sobre o consumo do açúcar, sal, gordura e tantos outros alimentos que podem ser prejudiciais se consumidos em excesso - coisa que, de fato, acontece, e não apenas no Brasil, como em diversos outros países do mundo, além de também mostrar o lado da agricultura familiar e dos alimentos orgânicos, apresentados sob a promessa de resolver os males do mundo - o que, sabemos bem, não é verdadeiro.

Do ponto de vista técnico, os dados são bastante relevantes, embasados em referências e depoimentos válidos, como, por exemplo, quando cita a quantidade de açúcar consumido por crianças até 10 anos provenientes de bebidas açucaradas durante um ano: 21 quilos. E essa quantidade só aumenta quando falamos de adolescentes e adultos, chegando a uma média de mais de 30 quilos por ano de açúcar - sem contar os demais alimentos, apenas as bebidas como sucos e refrigerantes.

A leitura é bastante gostosa, interessante, trazendo informações sobre alimentos do dia a dia, mas não para demonizá-los ou santificá-los, mas para mostrar o quanto não sabemos sobre determinados alimentos industrializados, como, por exemplo, que aqueles tabletinhos de caldo de carne e de galinha têm mais açúcar, sal e gordura do que caldo de carne ou de frango propriamente dito.

Fala das dietas, com propriedade, mostrando que precisamos - e podemos - comer de tudo, moderadamente, para viver bem, de como os alimentos orgânicos são difíceis de produzir e distribuir e, que , por isso, são tão caros e, muitas vezes, inacessíveis à maioria da população, da Revolução Verde, que provocou o boom no uso de agrotóxicos e pesticidas visando aumentar a produção de alimentos para suprir, e sanar, a fome mundial.

No final, cita o movimento Slow Food, que teve início na Itália e que busca uma alimentação mais caseira, familiar, confortável, desacelerada... Tudo o que tínhamos há anos atrás, quando tínhamos saúde e peso adequado, não excessos, excessos e excessos, em diversas áreas.

Vale muito a pena a leitura.

Principalmente para quem é da área de alimentos.

Nota 10!

Nenhum comentário:

Postar um comentário