segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Doutor Sono - Stephen King

Última leitura de 2017: Doutor Sono. Nada como um Stephen King pra finalizar um ano de leituras.

Apesar de terem sido poucas, pela média, ao menos, li um livro por mês. :) E isso, pra mim, é muito bom. 

Alguns livros do SK ainda aguardam para serem lidos nas prateleiras - virtuais e reais - mas já foram muitos pra conta. Este ano, li O Iluminado e sua sequência Doutor Sono. 

A resenha de O Iluminado você encontra aqui

Falemos, pois, de Doutor Sono

A premissa do livro: "A continuação de O Iluminado". Eu diria que este livro vai muito além disso. Este livro é a história de Dan Torrance. Muito mais que isso, talvez, é a história de Abra. A história de um Dom. Uma história de família.

Alcoolismo, perdas, dificuldades, medos, enfrentamentos, descobertas... Tudo isso, e muito mais, aparecem neste livro, permeado de momentos angustiantes, porém muito menos tensos do que os que são vivenciados no seu predecessor.

Seres predadores, que precisam e devem ser destruídos, mas seu poder, imenso poder, nunca antes foi confrontado e, no decorrer destas páginas, temos o prazer de conhecer a grandiosidade dos poderes de Danny.

Danny, aqui Dan, era uma criança atormentada por um dom que dificultava sua vida, suas relações e tudo o que era relacionado a isso. Vagueando pelo mundo, tornando-se aquilo que ele detestava, descobre seu lar em um pequena cidade interiorana, onde revê muito daquilo que acreditava ser o fim de tudo.

O livro, na minha edição, escrito em 476 páginas, poderia ser mais direto, mas os fãs conhecem bem a prolixidade de SK. Ao contrário, a história é prolongada, passando por diversos momentos [talvez] desnecessários ao leitor, entretanto complementares e fundamentais ao personagem de Dan Torrance

No decorrer das páginas há momentos de tensão, de medo, de incertezas, de reviravoltas e, no final, como para coroar sua habilidade em estragar as próprias histórias, King nos dá um término aceitável, que, apesar disso, poderia ser muito, muito diferente. E, provavelmente, bem  melhor. 

A história se desenrola na mesma atmosfera de O Iluminado e pode, com certeza, saciar o leitor mais saudosista de Jack Torrance e Dick Hallorann, mas, como o próprio King cita ao final em seu epílogo, "Um dia, numa sessão de autógrafos, algum fã me perguntou sobre Danny (...) e em determinado momento eu mesmo precisei saber (...)". E ele próprio deixa margem a uma possível continuação. Não poderia afirmar se escrita por ele, até se já escrita, ou por um de seus filhos (Owen, provavelmente), mas que eu acredito que nesta possibilidade para o futuro, sim, acredito. 

Pontas soltas foram deixadas, talvez sem querer, assim como em O Iluminado. Mas a história em si é boa. 

Poderia ser melhor?
Com certeza. Mas talvez era o que Stephen King, no auge dos seus 64 anos, tinha para nos dizer sobre Danny. Um Danny que ele conheceu aos 28. E que só reencontrou 36 anos depois.

Nota 8,5.

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