domingo, 17 de dezembro de 2017

Os Terroristas - Leandro Osterkamp Pedrozo

"De hoje em diante, cada corrupto será condenado por seus crimes; de hoje em diante, a ordem e o progresso que drapejam junto à bandeira deste país serão escritos com sangue."

Autor brasileiro, gaúcho, Leandro Osterkamp Pedrozo teve sua primeira obra, um thriller policial, publicado pela editora Novo Século, através do selo Novos Talentos no ano de 2013.

A obra, Os Terroristas, trata bem a questão da corrupção política no Brasil e o quanto isso está entranhado nos diversos níveis da sociedade brasileira. Apesar das possibilidades de "ajustes de contas" e de "fazer justiça com as próprias mãos", o povo brasileiro não tem a belicosidade que seria necessária à tais feitos e ajustes e, além disso, os contatos entre os grandes políticos e as possibilidades de "carta branca" que são recebidas por tantos policiais nestes meios favorecem ao fracasso daqueles que, eventualmente, tentassem.

Com a obra situada, em sua maioria, no estado do Maranhão, porém com cenas simultâneas em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, o autor traz detalhes de relações e favorecimentos em diversos escalões - da polícia ao político, com o povo no meio, servindo de base e ficando desnorteado pelos diversos e violentos acontecimentos.

Pedrozo aponta, no início de seu livro, que há ação do início ao fim do livro, porém boa parte da ação, que realmente prende a leitura, ficou para o último quarto das 286 páginas que compõem a história, o que torna a leitura um tanto cansativa e maçante, devido ao detalhamento dos diversos personagens e das localidades, assim como da grafia rebuscada do autor, que usa sinônimos complexos e pouco usuais para palavras simples e diretas. 

Além disso, o número de personagens e a deslinearidade da história acabam sendo outro fator dificultador ao leitor, que, se não for habituado a leitura, e ainda mais às idas e vindas em ambientações diferenciadas, vai se perder entre as tantas situações apresentadas ao leitor.

Ao final, as pontas soltas são amarradas em laço frouxo, o que poderia dar margem para uma continuação, apesar da baixíssima probabilidade. O protagonista, com toda a história e uma já experiência infrutífera poderia, eventualmente, buscar novas alternativas, mas, bem pouco provável. Até nisso a corrupção do brasileiro influencia. 

Nota 6,5.


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